domingo, 22 de novembro de 2009

Pais Permissivos

O Senado aprovou nesta última quarta-feira uma emenda constitucional que prevê multa para pais de alunos cujos filhos tenham cometido algum tipo de infração em sala de aula.


O Estado compreende que a má educação dos filhos caracteriza negligência educacional por parte dos pais para com o Estado por não cooperarem com a manutenção da cidadania.



Os valores das multas poderão variar de acordo com o tipo de infração cometida pelos alunos - desacato, depredação do patrimônio público, agressão moral e/ou física e até mesmo displicência.



A medida prevê uma diminuição do índice de infrações escolares juntamente com a moralização dos responsáveis pela educação do menor.



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Infelizmente, esta notícia não passa de mera ficção.


accuse
O fato é que a Escola tornou-se um depósito de pessoas nos últimos anos, perdendo sua característica essencial de Instituição de Ensino à de Aparelho Ideológico do Estado.


Professores mau pagos, doentes, submetidos a rotinas estafantes e muitas vezes humilhações e agressões promovidas por marmanjos gestados por mordomia, superproteção e conivência da mentalidade relapsa de pais que não enxergam limites e nem respeito à hierarquia compõem o cenário da Educação neste país.

Especialistas afirmam que o sucesso da educação reside no legado moral que os pais deixam, com seus exemplos de conduta e, outrossim, a imposição de limites nos atos de seus filhos. O mesmo acorre entre os profissionais da Educação, onde impera o consenso de que a Família é a base de toda e qualquer boa educação. E não me refiro a achismos de "comadres" mas sim a profissionais graduados e com experiência suficiente para tecer uma crítica de tamanha responsabilidade. Compete à Escola apenas a educação cívica, porém, o embasamento moral da formação do indivíduo é de responsabilidade fundamental dos pais. No entanto, o que se verifica é uma crescente tendência à permissividade familiar no tocante à educação. Nada tem sido feito neste aspecto e nem será feito para mudar este círculo vicioso a menos que os pais de alunos sejam penalizados pelo mau comportamento de seus filhos em sala de aula e, posteriormente, na sociedade.

Faz-se mister que os responsáveis legais pela formação moral do educando sintam no bolso o ônus de colocarem um indivíduo no mundo e terem a petulância de fazerem vista grossa para suas ações socialmente inaceitáveis.

A pergunta é: como podem professores ensinar se a Família não cumpre seu dever primordial de educar?

A despeito, há uma completa incongruência entre o binômio direito-dever no meio escolar. É comum ouvir por parte de pais e alunos, muitas vezes em tom de afronta, a célebre frase: "eu tenho meus direitos", como se estes estivessem amparados por uma legislação fantasiosa e assim pudessem fazer o que bem quisessem. Porém esquecem-se, que, de fato, detém Direitos aquele que, concomitantemente, detém Deveres. O segundo muitas vezes é convenientemente esquecido... infelizmente pelo próprio Estado também; colocando o professor em posição depreciativa.

Ora! Se não há deveres então não deveriam haver direitos. Correto?

Eu mesmo, quando professor, cheguei a presenciar a cena de dois irresponsáveis (também chamados de pais) que, na diretoria de uma escola, arrogantemente defendiam seu filho e atacavam um professor por este ter, supostamente, dado um tapa em seu filho após este tê-lo xingado repetidas vezes. Os pais ameaçaram processar o professor e levar o caso à TV, embora o adolescente, mimado e sem nenhuma feição de respeito era pateticamente defendido pelos pais e chamado de "menininho" pela mãe (embora este já fosse um brutamontes debochado).

Imaginem a luta que este profissional teve para conseguir um diploma, e continua tendo, sob humilhações diárias em sala de aula, para conseguir um mísero salário, pagar suas contas e viver sob pressão psicológica por conta do seu trabalho e do sistema econômico injusto do seu país. E ainda cercado de calúnias levadas à delegacia de polícia por parte de dois boçais moralmente desajustados. Isso não parece injusto?

Todos sabemos que, nas entrelinhas, a vontade de qualquer Profissional da Educação numa situação dessas era dar uma sova nos pais do delinquente juvenil para ver se estes criariam vergonha na cara. Mas, como é mister que o professor dê seu exemplo, relevamos... mas até quando?

Aos pais ou responsáveis permissivos, um "toque":

apontardedo
A índole do teu filho é proporcionalmente inversa ao tamanho da tua conivência como pai ou mãe.



Se seu filho não é devidamente punido quando criança, que você, enquanto pai ou mãe, o seja até que você resolva crescer!


Quem não é educado quando criança acaba adestrado quando adulto.

Pense nisso.

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