sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sócrates e a Pedagogia


A Espiral Psicopedagógica

É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática. (Paulo Freire)

A Pedagogia tem como escopo formar o indivíduo para o convívio social de acordo com os valores de um determinado contexto. Mas se esquece que educar é o mesmo que adestrar. Inegavelmente somos animais – primatas, mais exatamente –, pois vegetais e minerais evidentemente não somos. Somos inteligentes e criativos, mas ainda assim animais. E como todo animal, para termos uma postura aceitável diante da vida em sociedade, necessitamos do mínimo de formação dialética. E é então que o partejamento socrático deve se instaurar, como a didática primeira para uma formação cidadã autêntica.
Um professor deve ser um encantador envolvente e perturbador do ócio mental. Mas para tanto não há receita de bolo. Tampouco será a psicologia que salvará a Educação. O ensino de Filosofia deve ser uma arte e não apenas uma técnica baseada em argumento e contra-argumentos que permeiam o imaginário coletivo da Pedagogia.

Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa.
(Sócrates)

Há uma dissonância completa entre a Teoria e a Prática pedagógicas. O que a Psicologia pretende para a prática docente (em teoria), destoa do que a realidade sócio-cultural oferece por vias auto-didáticas. Ao que tudo indica, as metodologias psicopedagógicas não abarcam o cenário sócio-cultural completo do educando naturalmente matizado, sendo confeccionadas para aferir um ambiente generalista e utópico, que, por outro lado, acidentalemente acabam truncando o dinamismo original de cada professor dentro da particularidade/identidade de cada classe/turma/escola.
A Escola deve estar preparada pedagogicamente para receber o aluno não só em quantidade, mas também acolher a sua diversidade cultural oriunda de seu contexto prórpio. E para isso, faze-se necessário o olhar crítico e atento do professor que apreende o “ser” do aluno e de sua identidade local.

Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.
(Paulo Freire)

Um comentário:

  1. Estava no meio do cerrado baiano, a uns 50km de qualquer povoado ou cidade, e um cidadão suíço numa rede instalada na casa de um nativo, lendo pausadamente para a peguety paulistana a tradução francesa de Pedagogia da Autonomia do Paulo Freire. Não é que o cara chegou longe mesmo?, rs.

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